Para que possamos realizar a identificação do estudante com suspeita de AH/SD, precisamos realizar uma sequência de procedimentos, que devem incluir etapas bem definidas e instrumentos apropriados, que combinem avaliação formal e observação estruturada no espaço escolar, permitindo avaliar os conhecimentos, os estilos de aprendizagem e de trabalho do estudante. Esse processo contínuo deve permanecer, mesmo após a implantação de algum tipo de atendimento diferenciado (GUIMARÃES; OUROFINO, 2007).
Um estudante com suspeita de AH/SD pode ser avaliado de duas formas, que se tornam complementares.
A primeira delas refere-se à AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA, realizada por um profissional psicólogo, preferencialmente, especializado na área. Esse profissional fará uma avaliação compreensiva, procurando analisar dados a partir da entrevista com a família, observação do estudante, aplicação de testes psicológicos, conversa com a escola e outros recursos que lhe forem pertinentes. Geralmente, este tipo de avaliação se faz imprescindível apenas para realizar a aceleração de estudos em que é necessário investigar se o estudante terá maturidade para acompanhar os colegas de faixa etária superior.
É importante observar, ainda, que essa avaliação não é imprescindível para que o estudante seja declarado superdotado e seja cadastrado no Censo Escolar, bem como receba o enriquecimento curricular, conforme posicionamento do Conselho Brasileiro de Superdotação, que pode ser consultado em: https://conbrasd.org/servicos.php
Observe que envolve vários elementos:
O educador, muitas vezes, se sente inseguro, mas ele tem a possibilidade de observar o sujeito em diversas situações escolares e de trabalho, que dão pistas sobre suas habilidades e talentos e, segundo Gagné, é capaz de “detectar sinais de talento nas crianças” (GUENTHER, 2006, p. 57), no entanto, deve ser orientado e capacitado, para refinar seu olhar.
Vale ressaltar que, mesmo durante o processo de identificação, a escola pode oferecer estratégias de ensino diferenciados, que estimulem o desenvolvimento do estudante. Isso pode ocorrer por meio da oferta de atividades enriquecidas e aprofundadas sobre a disciplina ou tema que o estudante tem mais interesse ou facilidade. O estudante também pode ser convidado (e pode não aceitar) para ser um monitor da turma, auxiliando os demais colegas naquela disciplina em que ele tem maior domínio.
Essa nomeação do fenômeno se faz importante, pois “emocionalmente, o indivíduo precisa de confirmação externa sobre o que sente internamente e quer nomear: que é diferente”. A partir daí, será preciso criar uma série de condições educacionais que possibilitem seu desenvolvimento. (CUPERTINO; ARANTES, 2008, p. 14).